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Boletim Informativo
Ano 4 – No. 14 – agosto de 2010
(Tire algumas cópias e distribua aos leigos e leigas de suas relações)
Reflexão
“A Democracia, quem faz, somos nós!”
Carlos Signorelli
Estamos vivendo momentos de grande vibração política. Aí estão as eleições que mudarão o governo da Nação, os governos estaduais, mas também as assembléias legislativas e o Congresso Nacional.
Mas há muito mais coisa a nos fazer pensar e agir. Em abril o Conselho Permanente aprovou o Documento No. 91, Por uma Reforma do Estado com Participação Democrática. Sobre esse documento temos uma pequena resenha neste Boletim.
Também o CNLB, o CEFEP, a CBJP e as Pastorais Sociais produziram um pequeno caderno, muito importante para a análise a a prática dos cristãos nesse momento eleitoral, chamado “Eleições 2010: o Chão e o Horizonte.”
Nem se fale da euforia que nos tomou conta quando da aprovação do Projeto Ficha Limpa, e com a possibilidade de pautar as eleições já deste ano.
E na esteira do “Ficha Limpa”, aí está o Plebiscito sobre o tamanho da propriedade Rural, que vai mobilizar todos nós na Semana da Pátria, com o Grito dos Excluídos. Afinal, se “este é o nosso País, esta é a nossa Bandeira”, o Brasil que queremos só poderá ser construído por aqueles e aquelas que se chocam com as injustiças e impunidades aqui presentes.
Já está se tornando consenso de que um novo Estado e uma nova Democracia devem ser construídos, e que esta refundação dupla só pode ser levada a cabo pela participação popular. As elites, econômico-financeiras, latifundiárias, e seus representantes nos poderes da República (e aí se inclua o Judiciário e o aparelho burocrático), estas não conseguem ter um projeto de nação. Este só pode ser construído pelos “não” e por aqueles que acreditam na prática do Reino, anunciada e vivida por Jesus de Nazaré.
Mas tudo isso passa pelo processo eleitoral, este grande momento que estamos vivenciando. Assumir as candidaturas que o nosso coração nos leva a fazer, lutar por elas, eis a nossa necessidade. Neste momento não há lugar para a passividade, pelo cruzar dos braços, por dizer que nada presta e que nada vai mudar. Pelo contrário! Assumir essa negatividade é fazer o jogo dos que não querem mudança.
Na última década a América Latina deu mostras, através de seus povos mais humildes, através dos “não”, que mudanças significativas podem ser dadas através do processo eleitoral. Conquistas significativas são vistas, muito embora sempre “mal-vistas” pelos grandes meios de comunicação, secularmente mancomunados com as elites. Talvez tenha chegado a hora de construirmos, nós mesmos, os nossos meios de comunicação. Tecnologia já a temos!
Por um Estado, uma Democracia, e uma História a partir dos pobres. Eis nossa diretriz máxima.
NOVA PRESIDÊNCIA
Depois de 6 anos, o CNLB tem uma nova Presidência. Esta foi eleita na Assembléia Geral, acontecida em Curitiba, entre os dias 3 e 6 de junho passado.
Já em junho os eleitos e as eleitas foram apresentados oficialmente à CNBB a quem cabe referendar ou não os nomes. E dada a sua qualidade, a nova Presidência do CNLB já foi aprovada e está assim constituída:
Presidente: Laudelino Augusto dos Santos Azevedo, de Itajubá, MG;
Vice Presidente: Marilza José Lopes Schuina, de Cuiabá, MT;
Primeira Secretária: Leila Cristina A. Carvalho, de Belém, PA;
Secretário Adjunto: Luiz Antonio Ferreira, de Palmital, SP;
Tesoureiro: Silvestre dos Santos Lima, de Curitiba, PR;
Tesoureiro Adjunto: Cristiano Morales, de Campinas, SP.
Como se vê, o Conselho Nacional do Laicato do Brasil está em boas mãos. Que o Espírito, que conduz a História, conduza também os passos de nossa Presidência para os anos de 2010-2013.
NOVAS EQUIPES DE ARTICULAÇÃO
Em junho, e agora em agosto, o CNLB esteve, respectivamente, em Manaus e em Campo Grande. Em Manaus, em conjunto com a Comissão Episcopal de Pastoral, Setor Leigos, aconteceu um encontro de
Formação, que, ao final, constituiu uma Equipe de Articulação do Regional Norte 1. E esta equipe já se reuniu ao final do Encontro, para traçar encaminhamentos e próximos trabalhos.
Destaque-se a presença vibrante de representantes de quase todas as dioceses e prelazias, muito embora as imensas distâncias percorridas.
No último final de semana de agosto, a Comissão Nacional de formação propiciou um Encontro de Formação em Campo Grande, no Regional Oeste 1. Muito embora um número não muito grande de participantes, todos estavam motivados e motivadas para a formação da equipe de articulação do Regional, a qual foi montada na manhã de domingo.
Agora, só precisamos buscar a articulação dos leigos e leigas no Regional Sul 4, em Santa Catarina.
PRESIDÊNCIA DO CNLB PARTICIPA DE REUNIÃO DO CONSEP
Laudelino Augusto, Presidente do CNLB, Marilza Lopes Schuina, Vice-Presidente do CNLB, e Carlos Signorelli participaram, em Brasília, da reunião do CONSEP realizada nos dias 17 a 19 de agosto/2010.
Na pauta do dia 18, aconteceu uma sessão de uma hora e meia sobre o Conselho de Leigos. Carlos Signorelli falou sobre “a organização dos leigos e das leigas para um laicato como sujeito eclesial”. Marilza Lopes falou sobre o CNLB como organismo de articulação, organização e representação dos leigos e leigas, dos desafios do CNLB e o agir do CNLB nas ações internas da Igreja e no tecido humano da sociedade. Por fim, o Edson Silva, do Clasp, São Paulo, mostrou a importância do Conselho entre os leigose leigas que buscam uma atuação co mo sujeitos da história, no tecido humano da sociedade.
A plenária reagiu, cumprimentando a organização dos leigos e das leigas e falando da necessidade e da importância de se organizar o laicato.
No debate que se seguiu ficou claro que o desafio é que o leigo e a leiga haja na Igreja e na sociedade consciente de sua vocação laical.
Encaminhamentos:
- que o CNLB se envolva no processo de elaboração das novas diretrizes da Igreja;
- o Conselho Permanente decidirá sobre a inclusão do tema do laicato como tema prioritário na próxima assembléia geral da CNBB;
- que as edições da CNBB publique a cartilha sobre a organização do laicato para serem enviadas a todas as dioceses.
UM DOCUMENTO PARA LER E ESTUDAR EM GRUPO
Desde agosto de 2009, a partir de uma reunião do CONSEP, da CNBB, viu-se a necessidade de a Igreja no Brasil pronunciar-se sobre as crises continuadas e aparentemente sistêmicas do processo político em nosso país. Depois de várias sugestões e leituras, a comissão apresentou ao Conselho Permanente de abril de 2010 o texto que foi aprovado e publicado como DOCUMENTO 91, da CNBB, com o título POR UMA REFORMA DO ESTADO COM PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA.
O documento, em 5 partes, analisa, inicialmente, o momento histórico e o trata como uma Crise Civilizacional, ou seja, uma crise que atinge a própria civilização, seus valores, e todas as suas construções históricas.
Nesta crise do paradigma civilizacional se insere a Crise do Estado Nação, em todo o mundo, e nesta a Crise do Estado Brasileiro.
A crise do Estado Brasileiro o documento vai buscar sua origem na própria história de nossa colonização e das diversas mudanças políticas, sempre pelas e para as elites, sendo o povo mero coadjuvante ou assistente. Assim, faz-se necessária a Refundação do Estado.
Nas duas partes finais o Documento 91 apresenta, inicialmente, os ganhos e avanços já conquistados, e na parte final, as saídas que vemos, sempre a partir de uma ampliação radical da participação democrática, na construção da Democracia Participativa.
É um documento de grande envergadura, muito embora bastante curto e escrito em linguagem pastoral e não acadêmica. Precisa ser lido e estudado, preferencialmente em grupos.
Não se trata de um documento preparatório para as eleições. Ao contrário, ele se coloca como a proposta da CNBB para que o Estado Brasileiro saia da crise permanente em que está, e se concretize, em nosso país, um verdadeiro projeto de não, construído de baixo para cima.
O CHÃO E O HORIZONTE
Ainda em Abril deste ano, a Rede de Assessores do CEFEP, junto com o CNLB, com a CBJP e as Pastorais Sociais, aprovou um pequeno caderno, uma espécie de “cartilha”, que se coloca como um material mais popular e destinado a ser refletido como preparatório às eleições deste ano.
O próprio nome indica: a) é preciso entender o CHÃO em que estamos pisando, os mecanismos que o constroem; b) mas não podemos nos fixar nele, dizer que ele é a única coisa possível, mas, ao contrário, construirmos o HORIZONTE onde queremos chegar com nossa prática.
Nesse material, construído no método ver-julgar-agir, além de uma excelente análise conjuntural e estrutural, temos uma particular atenção para com os documentos do magistério que nos impulsionam à ação política e, por fim, linhas de ação que podem ser tomadas ao longo do processo eleitoral, e procedimentos práticos.
A Cartilha foi produzida pelo Centro de Pastoral Popular, e custa apenas R$ 1,00. Excelente material para grupos de fé e política, para grupos de acompanhamento de legislativos e executivos, e para grupos que querem tomar posições claras nas eleições gerais deste ano.
CURSO DE APROFUNDAMENTO DAVOCAÇÃO LAICAL
Está realmente excelente a participação de um punhado de leigos e leigas que fazem o Curso à Distância, promovido pela Comissão de Formação do Nacional, com o tema “APROFUNDAMENTO DA VOCAÇÃO LAICAL”.
A primeira foi remetida via internet e por Correio para os que não têm condições de fazer por computador.
Alguns grupos, quer por internet quer por correio, estão apresentando resultados até surpreendentes, quer seja pela participação, quer seja pela profundidade de seus comentários.
A segunda aula já está sendo remetida e já foi colocada na internet, na plataforma da Arquidiocese de Campinas a nós gentilmente cedida.
Um pequeno senão se dá para o fato de que uma parcela considerável dos que recebem o material por qualquer meio, e que, evidentemente, fizeram a sua ficha de inscrição, não dão retorno, mesmo com a insistência da Comissão.
Mas os resultados são bastante animadores, e mostram um laicato desejoso de aprender sempre mais sobre sua vocação.
TEMA ANUAL DE ESTUDOS
Perto de 100 pessoas participam, este ano, do TEMA ANUAL DE ESTUDOS 2010, com o tema “Um Laicato para o Século XXI”
Neste caso, são textos remetidos aos participantes, dos quais recebemos, não de todos, manifestações e leituras feitas, depoimentos, questionamentos.
Há casos de leitura do texto em grupos, que propiciam profundas reflexões.
Muito do material produzido pelos participantes poderão ser disponibilizados em algum momento em nossa página.
REVISTA DO CNLB
Sonho antigo de nosso organismo, finalmente foi lançada na nossa Assembléia Geral em Curitiba o no. 1 da REVISTA DO CNLB, que tem por nome “Um Olhar”, ou seja, o olhar dos leigos e leigas sobre o mundo, a Igreja, etc.
Neste primeiro número temos textos inéditos do Hélio Amorim, do Luiz Alberto Gómes de Souza, do João Décio, do casal Reuben e Maria Júlia Coelho Ferraz e do Carlos Signorelli.
É o primeiro número. Espera-se cumprir a periodicidade semestral.
CADERNOS TEMÁTICOS
Também em nossa Assembléia Geral de junho foi lançado o primeiro número da coleção “Cadernos Temáticos”.
Este número inicial trata da necessária construção da Democracia Participativa. É um material importante, principalmente para ser trabalhado em grupos de reflexão. Mas também vale para leituras particulares.
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é uma associação de fiéis leigos e leigas católicos de direito público, que congrega e representa o laicato brasileiro na sua diversidade e riqueza de movimentos, pastorais, e associações dos mais variados tipos. O CNLB tem por objetivo articular o laicato, em Conselhos Regionais, Diocesanos e Locais, com vistas às seguintes finalidades: Ser instância de diálogo e intercâmbio de experiências e cooperação entre todos os filiados, visando a criar a necessária colaboração mútua em suas ações, com espírito de comunhão, solidariedade e partilha na construção do Reino. Ser instância de representatividade do laicato católico brasileiro na Igreja e na sociedade, representando-o junto aos demais organismos da Igreja Católica, de outras igrejas ou tradições religiosas e da sociedade civil , em nível nacional ou internacional. Criar espaços de articulação, diálogo, formação e informação do laicato presente nos diversos setores e segmentos da sociedade, a fim de garantir uma intervenção mais qualificada nos espaços sociais, políticos, econômicos e culturais. Buscar o diálogo e a comunhão com os Pastores e ministros responsáveis pela organização da Igreja. Suscitar e amadurecer a consciência crítica e criativa de sua identidade, vocação e missão, a fim de que seja presença atuante nos espaços sociais, políticos e culturais. Promover iniciativas voltadas à capacitação do laicato para o cumprimento de sua missão no mundo, iluminado pela ética cristã, no respeito à diversidade de dons, carismas e ministérios, sempre à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, com ênfase na dignificação da pessoa, na intransigente defesa da vida e da família, como sua instância privilegiada. Estimular e promover o protagonismo do laicato e a sua participação nos processos de planejamento, decisão, execução e avaliação da ação evangelizadora da Igreja no Brasil, fortalecendo a consciência de Igreja-Povo de Deus. Criar espaços de diálogo, comunicação e integração com os outros Organismos da Igreja no Brasil, na busca da comunhão e da unidade na diversidade. Ser presença na caminhada ecumênica, incentivando o diálogo e a colaboração dos católicos com outras igrejas cristãs, estimulando o diálogo inter-religioso. Concretizar e aprofundar os laços solidariedade entre os cristãos leigos e leigas, buscando facilitar o relacionamento, o conhecimento e a confiança recíprocos, o intercâmbio de opiniões e experiências, a superação das divergências, a aceitação e integração das diferenças, com vistas ao testemunho de amor, fraternidade e comunhão. |
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